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A mostrar mensagens de janeiro, 2006

A vitória eleitoral do Hamas: um voto pela clareza

A vitória do Hamas nas eleições legislativas da Autoridade Palestina levou toda a gente a perguntar: "e agora?" A resposta, e se o resultado deveria ser encarado como algo bom ou mau, depende muito de quem faz a pergunta. Embora o êxito do Hamas tenha sido fortemente perseguido, a escala da vitória foi geralmente considerada como um "choque". Vários factores explicam a ascensão dramática do Hamas, incluindo a desilusão e o desgosto com a corrupção, o cinismo e a falta de estratégia da facção do Fatah que dominou o movimento palestino durante décadas e que se considerava, de forma arrogante, como o líder natural e indisputável. O resultado desta eleição não é inteiramente surpreendente, entretanto, e fora prenunciado pelos acontecimentos recentes. Tomemos por exemplo a cidade de Qalqilya, no norte do West Bank. Cercado por pelos colonatos israelenses e agora completamente rodeada por uma muralha de betão, os 50 mil residentes da cidade são prisioneiros num gueto giga

O MEDO CAUSADO PELA INTELIGÊNCIA

Quando Winston Churchill, ainda jovem, acabou de pronunciar seu discurso de estréia na Câmara dos Comuns, foi perguntar a um velho parlamentar, amigo de seu pai, o que tinha achado do seu primeiro desempenho naquela Assembléia de vedetes políticas. O velho pôs a mão no ombro de Churchill e disse, em tom paternal: "Meu jovem, você cometeu um grande erro. Foi muito brilhante neste seu primeiro discurso na Casa. Isso é imperdoável. Devia ter começado um pouco mais na sombra. Devia ter gaguejado um pouco. Com a inteligência que demonstrou hoje, deve ter conquistado, no mínimo uns trinta inimigos. O talento assusta." E ali estava uma das melhores lições de abismo que um velho sábio pode dar ao pupilo que se inicia numa carreira difícil. A maior parte das pessoas encasteladas em posições políticas é medíocre e tem um indisfarçável medo da inteligência. Isso na Inglaterra. Imaginem aqui em Moçambique. Não é demais lembrar a famosa trova de Ruy Barbosa: «Há tantos burros mandando em