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A mostrar mensagens de fevereiro, 2017

Um bilião de pobres: por que os países mais pobres estão a falhar e o que pode ser feito?

O relatório da Transparência Internacional sobre Corrupção aponta que Moçambique caiu 32 lugares para a posição 144. Trata-se, segundo o relatório, da maior queda que o país registou desde que o ranking começou a ser publicado há 22 anos. Segundo o jornal O Pais, “em 2015, Moçambique ocupava a posição 112 de um total de 168 avaliados. Em 2016 passou para a posição 144, uma queda de 32 lugares no índice global, onde passaram a participar 177 países”. Com uma notícia como esta ninguém fica descansado. Ademais, os nossos “gatos” das redes sociais ainda se excitam com a "razão de sempre" e renovam a sua “virilidade crítica”como quem diz, << já sabiamos, isto está na me*da>> . Pois bem, o que vou dizer a seguir não visa tampouco contrapor o relatório muito menos questionar “a metodologia”, como normalmente os “céticos habilidosos” gostam de fazer, quando não concordam com alguma publicação. A resposta a este relatório é uma resenha ao livro de Paul Collier, econ

Três opiniões diferentes sobre o TSEKE

Mas antes devo dizer que grande parte do que hoje constitui alimentos básicos dos moçambicanos, seja do campo ou cidade, é resultado da cultura Inca e Asteca, da América do Sul; MILHO, MAPIRA, BATATA, MANDIOCA, TRIGO (médio oriente), Arroz (sudeste da Ásia) etc., incluindo a própria BOWA (ou TSEKE), que também ocorre na América latina e domesticada antes pelos INCAS e só depois pelos africanos. O TSEKE é considerado pelos nutricionistas como “superfood”, ou seja, superalimento, dadas as suas propriedades nutritivas. Ou seja, o que temos como “natural” é produto que vem de fora, resultado das trocas comerciais entre africanos e outros povos e, principalmente, com o advento da colonização da África. Até a CABRA (Irão), o PORCO (Grécia, Turquia e depois Egipto), a VACA e a GALINHA, são essencialmente espécies não-africanas. Regra geral, considere essas plantas e animais domesticados entre 7000 a 2.5 mil anos antes de cristo. Grosso-modo, o povoamento da África subsaariana acontece no pri

Etnocentrismo

De acordo com Paulo Silvino Ribeiro (2012), etnocentrismo é um conceito antropológico. O etnocentrismo ocorre quando um determinado indivíduo ou grupo de pessoas, que não têm os mesmos hábitos e caráter social, discrimina outro, julgando-se melhor ou pior, seja por causa de sua condição social, pelos diferentes hábitos ou manias, por sua forma de se vestir, ou até mesmo pela sua cultura. Este conceito possui outros afluentes tais como sociocentrismo. Similar ao etnocentrismo, o sociocentrismo manifesta-se quando um grupo social ou étnico se acha superior que o outro ou quando considera seus hábitos e manias e interesses e preocupações superiores aos outros. Vem este longo intróito a propósito do debate que tem circulado na imprensa, nos cafés e nos demais espaços públicos a cerca do crescente custo de vida dos moçambicanos, especialmente dos grandes centros urbanos com particular destaque Maputo. Então, com o despoletar da “crise” que se arrasta desde 2015, o governo e seus par

Entre o pessimismo da razão e o otimismo da vontade: o que nos vem à memória com o lançamento do “SUSTENTA”?

“ A esperança é a alegria inconstante nascida da ideia de coisa futura ou passada de cujo desenlace duvidamos em certa medida. O medo é a tristeza inconstante nascida da ideia de coisa passada ou futura de cujo desenlace duvidamos em certa medida. Segue dessas definições que não há esperança sem medo e nem medo sem esperança. (…). Quem está suspenso na esperança – duvida do possível desenlace –, teme enquanto espera, quem está suspenso no medo – duvida do que possa acontecer –, espera enquanto teme .” (Baruch de Spinoza)