Três opiniões diferentes sobre o TSEKE
Mas antes devo dizer que grande parte do que hoje constitui alimentos básicos dos moçambicanos, seja do campo ou cidade, é resultado da cultura Inca e Asteca, da América do Sul; MILHO, MAPIRA, BATATA, MANDIOCA, TRIGO (médio oriente), Arroz (sudeste da Ásia) etc., incluindo a própria BOWA (ou TSEKE), que também ocorre na América latina e domesticada antes pelos INCAS e só depois pelos africanos. O TSEKE é considerado pelos nutricionistas como “superfood”, ou seja, superalimento, dadas as suas propriedades nutritivas. Ou seja, o que temos como “natural” é produto que vem de fora, resultado das trocas comerciais entre africanos e outros povos e, principalmente, com o advento da colonização da África. Até a CABRA (Irão), o PORCO (Grécia, Turquia e depois Egipto), a VACA e a GALINHA, são essencialmente espécies não-africanas. Regra geral, considere essas plantas e animais domesticados entre 7000 a 2.5 mil anos antes de cristo. Grosso-modo, o povoamento da África subsaariana acontece no primeiro milénio antes de Cristo. E em Moçambique a partir do ano 300.AC. O argumento que quero aqui construir é o seguinte: não existe nenhum mal em o governo pensar em massificar culturas de fácil reprodução e ao mesmo tempo de alto valor nutritivo. Outras nações africanas já a adotaram como cultura principal e possui estratégias similares. Moçambique está atrasado 15-20 anos em relação a este aspecto: Nigéria, Kenya, Tanzânia, Uganda, Rwanda, Malawi entre outros, já possuem estratégias de produção e massificação desta planta e ela já faz parte da DIETA ALIMENTAR OBRIGATÓRIA inscrita até nos manuais da escola primária! A África do Sul é o maior produtor da semente desta planta.
Quando um governo ou estado decide massificar o cultivo de uma planta não está a dizer que todos passaremos a comê-la forçosamente. Não. Está tão simplesmente a colocar à disposição mais uma opção alimentar, de resto de simples cultivo e alto valor nutritivo para quem quiser. E esta planta diga-se, quando já estiver disponível e amplamente conhecida, pode já fazer parte da receita nutricional, tal como a moringa o é, apesar de também não possuir um plano de produção e massificação.
Ora, eu apenas rogo que desta vez as coisas deem certo. É que o ministério de tutela não acerta em nada. Até suspeito que Pacheco e seus colegas tenham decidido pela planta por ser tão óbvio. Esperteza de um velho dirigente. Daqui a duas semanas vai nos dizer que a produção do Tseke subiu de tantas toneladas para tantas toneladas, só para encantar o chefe e enganar-nos a todos nós. Jatropha e outras culturas falharam nas mãos dos mesmos. Desta vez, sou São-tomense: esperar para VER. O terceiro comentário é que, a não ser que esta campanha seja coadjuvada pelo MISAU e MITADER, o plano não passará de uma letra morta? Porquê? Porque o grande problema aqui será essencialmente do conhecimento, da motivação e do engajamento dos cidadãos no seu cultivo. Se as populações não forem capazes de conhecer o valor da planta para a sua saúde e o eventual valor comercial, está tudo perdido.
Quando um governo ou estado decide massificar o cultivo de uma planta não está a dizer que todos passaremos a comê-la forçosamente. Não. Está tão simplesmente a colocar à disposição mais uma opção alimentar, de resto de simples cultivo e alto valor nutritivo para quem quiser. E esta planta diga-se, quando já estiver disponível e amplamente conhecida, pode já fazer parte da receita nutricional, tal como a moringa o é, apesar de também não possuir um plano de produção e massificação.
Ora, eu apenas rogo que desta vez as coisas deem certo. É que o ministério de tutela não acerta em nada. Até suspeito que Pacheco e seus colegas tenham decidido pela planta por ser tão óbvio. Esperteza de um velho dirigente. Daqui a duas semanas vai nos dizer que a produção do Tseke subiu de tantas toneladas para tantas toneladas, só para encantar o chefe e enganar-nos a todos nós. Jatropha e outras culturas falharam nas mãos dos mesmos. Desta vez, sou São-tomense: esperar para VER. O terceiro comentário é que, a não ser que esta campanha seja coadjuvada pelo MISAU e MITADER, o plano não passará de uma letra morta? Porquê? Porque o grande problema aqui será essencialmente do conhecimento, da motivação e do engajamento dos cidadãos no seu cultivo. Se as populações não forem capazes de conhecer o valor da planta para a sua saúde e o eventual valor comercial, está tudo perdido.
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