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A mostrar mensagens de fevereiro, 2016

A ILUSÃO DAS ARMAS E O JOGO ALHEIO

Egidio Vaz Espero que o texto seja o mais breve possível.  Trata-se da ilusão da força das armas. Mas começarei com um dado curioso, cínico e, provavelmente de mau gosto: o número total de mortes por acidentes de viação é de longe superior que o dos mortos em consequência deste conflito neste momento: a OMS reporta uma media de 8 mil mortes por ano vitimas de acidentes de viação na República de Moçambique. Só em Janeiro de 2016, morreram mais de 24 pessoas e 57 ficaram feridos. Comparativamente a esta guerra, para além dos 5 mil refugiados vivos, pouco menos de 15 civis são reportados como mortos nos últimos 60 dias. Para além disto, não parece haver nenhum avanço de tomada de posições de ambas as partes, apesar de tanto barulho na imprensa comum e redes sociais. Portanto, estamos perante um bluff de um conflito armado; um jogo de baixo jaez, com muita malcriadez à mistura. Alguém, como é de imaginar, está a enriquecer a custa disto.  Mas deixem-me voltar ao tema principal para

PENSAR NA PAZ SABENDO O QUE FAZER: ENTRE O VAZIO DAS PALAVRAS E O BELICISMO, A TERCEIRA VIA

Estive recentemente em Quelimane para, entre outras coisas, partilhar ideias em torno da nossa crise político-militar. Não irei resumir o que disse, mas irei partilhar as linhas centrais do que julgo serem os maiores empecilhos à paz e que gravitam todos em torno da incapacidade dos actores envolvidos em superar os seus próprios vícios, limitações e preconceitos sobre o país e o sobre a sua responsabilidade para a preservação da Paz, bem como no esgotamento do actual modelo das relações políticas. Para começar, gostaria de lembrar a todos que Moçambique vive os mesmos problemas desde que ele se conhece como uma democracia multipartidária. Os conflitos pós-eleitorais são uma constante desde 1994 e o que se viveu desde então foi sempre a mesma coisa: eleições/alegações de fraude/não-reconhecimento dos resultados/manifestações/mortes/gestão de conflitos/eleições/boicotes da Renamo/eleições. Paralelamente a isto, os homens armados sempre foram assunto de capas de jornais em momentos