Espírito de deixa-andar: um mal por exorcisar

Ontem assiti um juramento dos graduados do IFAPA, qualquer coisa como Instituto de Formação em Administração do Aparelho de Estado. Numa das passagens, aqueles graduados juravam “combater o espírito de deixa-andar”. Isso mesmo, bem explícito.

Só que nesse todo palavreado e novel-conceito, fiquei sem entender à que espírito de deixa-andar prometiam aqueles senhores combater. O que é essa coisa de deixa-andar? Onde começa e onde termina? E mensuravel? Alguém pode me dar as características?

Ontem mesmo, alguém reclamava ter pedido emprego à uma empresa há alguns meses e que até ontem não tinha ainda a resposta. Por outras palavras, não sabia se o seu pedido tinha sido deferido ou não. Não se coibiu aquele jovem em acusar a direcção da empresa de estar possessa do espírito de deixa-andar. Eu perguntei-o: “por acaso a vaga à que se candidatou estava anunciada? Se estava então, espere pela chamada, caso o contrário, espere que surjam oportunidades para que o seu CV fosse objecto de escurtínio".
Ele nem mais proclamou: pelo menos se me dissessem isso. Eu retorqui: “espere que o farão. Só que não exija porque eles não pediram”.
Portanto, está claro que espírito de deixa-andar é um bode expiatório que deve ser exorcisado das nossa mentes.

Armando Guebuza falhou (se bem que ainda vai à tempo) em não ter publicado até hoje uma decreto presidencial que explicasse os contornos do seu conceito, ou no mínimo uma brochura/panfleto contendo as características desse espírito, à semelhaça daquelas brochuras, documentos e panfletos do tempo do socialismo que claramente davam indicações e características da acção do inimigo, com um título bem ilucidatório: COMO AGE O INIMIGO?

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