Da necessida de mais um “8 de Março”. Da contradição do ferreiro (em casa do ferreiro, espeto é de pau)
Palavras a serem dirigidas ao Presidente da república no Sábado, dia 04 de Junho as 17.30 hrs
Apraz-me S.Excia Presidente da República aproveitar o ensejo para, a talhe de foice, falar de três contradições congênitas no discurso/relacionamento/prática intraestatal atinente ao espaço dos jovens/estudantes/universitários no processo de desenvolvimento.
Vou pedir apenas 2 min. e 30 segundos para colocar três questões comentadas antecedidas por algumas constatações
Abstract /Resumo
É sem dúvida grande a dificuldade com que os jovens deparam quando procuram emprego na cidade de Maputo bem como nas principais cidades do país. Todavia, outra imagem contrasta com a aparente superlotação de técnicos qualificados, quando descemos aos distritos abaixo e ainda em algumas cidades capitais; as ditas pequenas.
Estive a pensar: Por que é que Armando Guebuza não prommove mais um 8 de Março para, à semelhança daquela geração que deixou/interrompeu estudos para assegurar a continuidade do funcionalismo público; estes novos desempregados formados, assumam as rédeas do desenvolvimento local?
É que, a avaliar pelo nível de desemprego em Maputo, seriam muitos os jovens que adeririam à ideia de trabalhar nos distritos e províncias fora.
A contradição do ferreiro
A distribuição geográfica de técnicos de nível superior é desigual, com a cidade e província de Maputo a levar a melhor. Este facto é inegável. Todavia não é verdade que os estudantes que vêm das províncias não gostam de regressar, findo seus cursos. Não é verdade também que os que cá ficam, seja por causa da ambição pela boa vida. Também não é verdade por enquanto, que uma das formas de colmatar a falta de emprego (para os recém formados nas universidades) é o auto-emprego; a chamada atitude empreendedora. Não há empreendimento sem capital inicial. Que negócio fará o principiante sem capital inicial? Será que os bancos concedem emprestimos à pessoas desse tipo? Acho que nem posso falar de créditos, porque estamos “carecas” de debater e lamentar sobre as mazelas que a banca traz ao povo; as dificuldades que ela impõe ao crédito à agricultura ou à actividades de risco; estamos cansados de dizer que quem pede empréstimo ao Banco é porque tem.
Portanto, o mal está identificado. Porém, as pessoas falham nas soluções.
Vou tentar dar alguns dados.
- Peguemos nas universidades estatais. Peguemos antes no próprio estado: é lugar comum, ouvir-se dizer que o estado não tem/procura/precisa de quadros qualificados para desenvolver esse país à todos níveis.
- É também verdade que este mesmo Estado tem Universidades, muito baratas que permite aos filhos de moçambicanos estudar, mesmo sem dinheiro. Eu sou exemplo disso. Sou bolseiro, vivo e estudo sem nenhum tostão por pagar!
Pegunta Um
Como é que um estado põe-se a lamentar da falta de quadros enquanto está a formá-los em suas próprias universidade? Feita doutra maneira: não acha caricato que O “ESTADO CHORE” por quadros qualificados enquanto que finacia anualmente filhos de moçambicanos para estudar? O que o estado ganha com esse investimento? Qual é o retorno do que o Estado tem dos seus Bolseiros? Será que este mesmo Estado sabe do paradeiro dos estudantes que tem formado? O que fazem? Aonde? Será que o relaxamento com essas questões queira dizer a materialização do espírito neoliberal inclustrado nas mentes economicistas deste país?
Pegunta Dois
Com tanta falta de emprego, acha que os recém formados negariam as chances de emprego nas províncias?
Algumas Respostas
a) como todos sabemos, na era em que vivemos, há uma pertinência inadiável em apetrecharmos o aparelho do estado com técnicos qualificados, como PRIMEIRA MEDIDA para alcançarmos os objectivos de desenvolvimento. Eu acho que o Estado está a ser moroso neste sentido. Estamos a desacelerar o passo, diria. Mas esse facto tem suas razões, que não posso explicar presentemente.
b) Em Maputo há muita falta de emprego. E não acredito que haveriam licenciados que preferissem dar aulas à ir a Tete trabalharem como engenheiros ou simplesmente em suas áreas de formação.
c) O Estado, o maior empregador, não está a criar meios claros e flexíveis para atrair os recém graduados. Ah, esquecia-me, é que a contratação de todos quadros superiores é feita em Maputo. Nenhuma direcção/governo provincial está autorizado a contratar quadros superiores sem o conhecimento/atorização do ministro, a não ser que sejam pagos pelos fundos próprios.
Eis a questão: valerá a pena ir à província sem emprego, sabendo que este é arrumado a partir de Maputo?
d) Que tal se o Estado flexibilizasse os termos de admissão, permitindo que os governos provinciais adimitissem quadros superiores, não acha que seria mais fácil?
Bolseiro e a Dívida de Gratidão
e) Bolseiros: o que os bolseiros fazem depois de concluírem seus cursos? Trabalham aonde? Não acha que uma das formas de o Estado apetrechar sua máquina burocrática seria “engolir todo aquele que estudou com o dinheiro do estado para os seus interesses?” não acha que seria o momento de se regulamentar os critérios de atribuição de Bolsaas de Estudos à todos níveis por forma a que o Estado ganhe com o que investe? Menção seja feita às bolsas provinciais mas não basta. As universidade deviam tb fazer o mesmo.
Por essas razões eu apelo à mais um 8 de Março.
Um 8 de Março para redistribuir a nata intelectual à nível provinvia, distrital e ainda local, desde que se justifique.
Quero elbrar as suas palavras/apelo aos estudantes, aquando da abertura do ano académico: não devemos ter vergonha da nossa realidade. Se fomos formados para transformar o campo, então, por que temer enfrentá-lo. E nem é preciso “condições pois são essas que nos tornam ainda dependentes e intelectual e moral e profissionalmente indolentes.
A realidade que cada engenheiro agrónomo for a encontrar no campo o permitirá, com as técnicas básicas aprendidas, encontrar formas alternativas ao fertilizante. Se calhar, melhor.
Gostaria de falar muito, mas resumo-me à minha insignificância e vou me sentar. Outros mais sabios que eu, tenho a certeza estão tb ávidos em querer falar.
Obrigado pelo barulho que provoquei.
Apraz-me S.Excia Presidente da República aproveitar o ensejo para, a talhe de foice, falar de três contradições congênitas no discurso/relacionamento/prática intraestatal atinente ao espaço dos jovens/estudantes/universitários no processo de desenvolvimento.
Vou pedir apenas 2 min. e 30 segundos para colocar três questões comentadas antecedidas por algumas constatações
Abstract /Resumo
É sem dúvida grande a dificuldade com que os jovens deparam quando procuram emprego na cidade de Maputo bem como nas principais cidades do país. Todavia, outra imagem contrasta com a aparente superlotação de técnicos qualificados, quando descemos aos distritos abaixo e ainda em algumas cidades capitais; as ditas pequenas.
Estive a pensar: Por que é que Armando Guebuza não prommove mais um 8 de Março para, à semelhança daquela geração que deixou/interrompeu estudos para assegurar a continuidade do funcionalismo público; estes novos desempregados formados, assumam as rédeas do desenvolvimento local?
É que, a avaliar pelo nível de desemprego em Maputo, seriam muitos os jovens que adeririam à ideia de trabalhar nos distritos e províncias fora.
A contradição do ferreiro
A distribuição geográfica de técnicos de nível superior é desigual, com a cidade e província de Maputo a levar a melhor. Este facto é inegável. Todavia não é verdade que os estudantes que vêm das províncias não gostam de regressar, findo seus cursos. Não é verdade também que os que cá ficam, seja por causa da ambição pela boa vida. Também não é verdade por enquanto, que uma das formas de colmatar a falta de emprego (para os recém formados nas universidades) é o auto-emprego; a chamada atitude empreendedora. Não há empreendimento sem capital inicial. Que negócio fará o principiante sem capital inicial? Será que os bancos concedem emprestimos à pessoas desse tipo? Acho que nem posso falar de créditos, porque estamos “carecas” de debater e lamentar sobre as mazelas que a banca traz ao povo; as dificuldades que ela impõe ao crédito à agricultura ou à actividades de risco; estamos cansados de dizer que quem pede empréstimo ao Banco é porque tem.
Portanto, o mal está identificado. Porém, as pessoas falham nas soluções.
Vou tentar dar alguns dados.
- Peguemos nas universidades estatais. Peguemos antes no próprio estado: é lugar comum, ouvir-se dizer que o estado não tem/procura/precisa de quadros qualificados para desenvolver esse país à todos níveis.
- É também verdade que este mesmo Estado tem Universidades, muito baratas que permite aos filhos de moçambicanos estudar, mesmo sem dinheiro. Eu sou exemplo disso. Sou bolseiro, vivo e estudo sem nenhum tostão por pagar!
Pegunta Um
Como é que um estado põe-se a lamentar da falta de quadros enquanto está a formá-los em suas próprias universidade? Feita doutra maneira: não acha caricato que O “ESTADO CHORE” por quadros qualificados enquanto que finacia anualmente filhos de moçambicanos para estudar? O que o estado ganha com esse investimento? Qual é o retorno do que o Estado tem dos seus Bolseiros? Será que este mesmo Estado sabe do paradeiro dos estudantes que tem formado? O que fazem? Aonde? Será que o relaxamento com essas questões queira dizer a materialização do espírito neoliberal inclustrado nas mentes economicistas deste país?
Pegunta Dois
Com tanta falta de emprego, acha que os recém formados negariam as chances de emprego nas províncias?
Algumas Respostas
a) como todos sabemos, na era em que vivemos, há uma pertinência inadiável em apetrecharmos o aparelho do estado com técnicos qualificados, como PRIMEIRA MEDIDA para alcançarmos os objectivos de desenvolvimento. Eu acho que o Estado está a ser moroso neste sentido. Estamos a desacelerar o passo, diria. Mas esse facto tem suas razões, que não posso explicar presentemente.
b) Em Maputo há muita falta de emprego. E não acredito que haveriam licenciados que preferissem dar aulas à ir a Tete trabalharem como engenheiros ou simplesmente em suas áreas de formação.
c) O Estado, o maior empregador, não está a criar meios claros e flexíveis para atrair os recém graduados. Ah, esquecia-me, é que a contratação de todos quadros superiores é feita em Maputo. Nenhuma direcção/governo provincial está autorizado a contratar quadros superiores sem o conhecimento/atorização do ministro, a não ser que sejam pagos pelos fundos próprios.
Eis a questão: valerá a pena ir à província sem emprego, sabendo que este é arrumado a partir de Maputo?
d) Que tal se o Estado flexibilizasse os termos de admissão, permitindo que os governos provinciais adimitissem quadros superiores, não acha que seria mais fácil?
Bolseiro e a Dívida de Gratidão
e) Bolseiros: o que os bolseiros fazem depois de concluírem seus cursos? Trabalham aonde? Não acha que uma das formas de o Estado apetrechar sua máquina burocrática seria “engolir todo aquele que estudou com o dinheiro do estado para os seus interesses?” não acha que seria o momento de se regulamentar os critérios de atribuição de Bolsaas de Estudos à todos níveis por forma a que o Estado ganhe com o que investe? Menção seja feita às bolsas provinciais mas não basta. As universidade deviam tb fazer o mesmo.
Por essas razões eu apelo à mais um 8 de Março.
Um 8 de Março para redistribuir a nata intelectual à nível provinvia, distrital e ainda local, desde que se justifique.
Quero elbrar as suas palavras/apelo aos estudantes, aquando da abertura do ano académico: não devemos ter vergonha da nossa realidade. Se fomos formados para transformar o campo, então, por que temer enfrentá-lo. E nem é preciso “condições pois são essas que nos tornam ainda dependentes e intelectual e moral e profissionalmente indolentes.
A realidade que cada engenheiro agrónomo for a encontrar no campo o permitirá, com as técnicas básicas aprendidas, encontrar formas alternativas ao fertilizante. Se calhar, melhor.
Gostaria de falar muito, mas resumo-me à minha insignificância e vou me sentar. Outros mais sabios que eu, tenho a certeza estão tb ávidos em querer falar.
Obrigado pelo barulho que provoquei.
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