Imagens da República I

Desde o dia 2 de Fevereiro que a República tem uma nova imagem. E consigo novos desafios e novas abordagens. Do combate à corrupçaõ ao combate ao espírito de deixa-andar; do apelo ao “apontem os corruptos; digam nomes”, à caça às bruxas; de facto, Guebuza está a fazer algo.

A prórpia oposição reconhecem-no. Aliás, é com a oposição que a Frelimo tem avançado, se bem que não reconheça. É-lhe de direito, a ignorância. Apenas dois exemplos: quando foi da aprovação de quantias chorudas para a construção da “casa condigna” do ex-presidente, a oposição reclamou e a Frelimo ignorou. Logo após a tomada de posse do novo governo a quantia “foi revista”. Segundo exemplo, ainda na primeira legislatura multipartidária, 1994-1999 , a Frelimo tinha proposto a lei dos feriados muçulmanos. A Renamo e UD protestaram a proposta enquanto que a Frelimo aprovou-a. Consequentemente o Presidente Chissano vetou/chumbou a proposta da lei.

Dizia eu que o Governo e o país mudaram. É verdade. Mesmo os corruptos, que quiseram enganar o novo Governo da República, já se vêem à nora. Gritavam todos “vamos combater o espírito de deixa-andar e a corrupção”. Guebuza via. Hoje, um por um está a prestar contas. Directores estão a cair. Chefes de secções vão presos. Chefes que alienaram casas estão a ser acossados para entregarem-nas porque do Estado. Carros indevidamente aliendados estão a ser redistribuídos pelos distritos; Presidente já não fala de outra coisa, mas do trabalho individual e conjunto como forma de combater à pobreza, e eu diria ao Subdesenvolvimento.

O que ainda não me agrada é ver a Primeira Ministra a querer enganar-nos com números: em vez de dizer que o aumento foi na ordem de 190 contos de meticais, ela diz 14%, acreditando que um cresimento económico de 7% ao ano signica desenvolvimento. Esuqece-se da taxa de inflação que a contraria. Ela ainda tem que ser mais social e menos “numerífila” (minha invenção, para significar, quem ou que gosta e acredita bastante em NÚMEROS).

A polícia está a funcionar em pleno, mau grado ao crime que cresce em grandes cidades urbanas; sinónimo da carestia da vida. A educação vai de vento em pompa, se bem que protelada com a crescente deterioração de poder aquisitivo dos cidadãos – coisa que o FMI gosta de ver e ouvir – na saúde temos pessoa certa. Já não entra comida nas maternidades e enfermarias. Os trabalhadores já sabem dizer: “não quero perder meu emprego. Aqui já não entra comida. Vai deixá-la ou vão comé-la no refeitório”. Coisa boa essa. Nos serviços públicos já não se encontram os “corruptos guichés” onde tudo se negociava. Tudo é agora à “céu aberto” com palavras escritas na parede: “ Caro utente, o suborno ou qualquer outra compensação á favor da flexibilização de procedimentos é punível e o cidadão incorre à um processo crime. Evite estragar a sua vida e a do funcionário, porque também ele corre o risco de um processo disciplinar”.

Enfim, novo figurino. Aguentaremos nós com a pedalada, habituados que estávamos ao....?

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