Luta contra a Sida em Moçambique: Estratégias que não curam nem aliviam II

Muitas veses se tem dito que o maior pobre é aquele que não tem juízo, ou pelo menos é aquele que não consegue pensar nele próprio e nas estratégias que o possibilitam sair da condição em que está.

O mesmo acontece com as estratégias de combate ao SIDA em Moçambique e quiçá por toda a África!

Tenho acompanhado com atenção as diversas iniciativas de combate a SIDA. Apesar dos resultados serem manifestamente desoladores os seus mentores não se coibem em mutliplicá-las, reproduzindo as mesmas estratégias falhadas à todos níveis.

Para bem clarifircarmos a situação importa dizer que o Governo de Moçambique adoptou como arma fundamental para o combate à SIDA a consciencialização/sensibilização – INFORAÇÃO - das populações sobre esta doença, porque, segundo a Primeira Ministra, o tratamento fica caro e a prevenção a melhor arma. Como armas segundárias ou alternativas, aparece o tratamento das pessoas infectadas.

Todavia, continuamos a ver o aumento inobstaculizado de índices de seroprevalência, com estudos sectoriais a prognosticarem muitos “funerais” para os anos que vêem. Infelizmente, em vez de se mudar de estratégias, as mesmas estratégias tidas como infrutíferas se multiplicam pelos diversos sectores do aparelho do estado moçambicano.

Para os que não sabem, importa referir que em todos ministérios existem Sectores de género e núcleos de combate e prevenção ao HIV-SIDA.

Um caso concreto do que estou dizendo tem a ver com o que acaba de acontecer no Ministério de Obras Públicas e Habitação: um grupo de doadores acaba de entregar àquele ministério muito dinheiro para acções de mitigação do impacto da SIDA. O MOPH traçou como estratégia principal acções de sensibilização e, mais tarde ajuda no tratamento de funcionários já infectados. Como instrumentos de sensibilização, optou-se por PALESTRAS, TEATRO, CANTO E DANÇA... ou seja, exactamente aquilo que temos vindo a obseravar por todo o lado; vão se repetindo ideias que ao pacato cidadão não tiveram impacto nenhum.

Crêem estes senhores que com estas ideias vão lograr algum sucesso! Vê-se no funcionário do Estado como um âtomo no seio da sociedade; como se ele jamais tivesse entrado em contacto com os filmes que doravante irá assistir; como se jamais este funcionário tivesse assistido à um teatro com mesmo teor! Quer se repetir acções que para este funcionário será mais uma oportunidade para se furtar ao trabalho.

Consciencializar pessoas no local de trbalho deve ser uma actividade criativa e inovadora; não deve ser a mesma coisa como acontece num bairro.

Se queremos combater o SIDA nos locais de trabalho devemos ser criativos para que os trabalhadores achem a diferença e não repetirmos aquilo que as demais ONGs fazem por todo o lado. Aliás, ao procederem dessa maneira parecerão acreditar que o funcionário público não vive neste mundo.

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