Unidade de Diagnóstico Social - Carta aos governantes de Moçambique
Carta do Professor Carlos Serra. Uma ideia, uma proposta. Divulguem-na. Eu apoio-a
Estimados Governantes
Permitam-me que, desta forma simples, informal, fazendo uso deste poderoso meio de comunicação, vos dirija esta carta e vos convide a lê-la.
Tendes muitas tarefas, mas espero que a possais ler. Se não a puderdes ler, eventualmente algum dos vossos subordinados vos poderá chamar a atenção para ela. Assim espero.
A questão é a seguinte: muitas vezes surgem no nosso país fenómenos cuja natureza e cuja amplitude passam despercebidas ou que não recebem a atenção necessária, fenómenos cuja gravidade requer um diagnóstico imediato e um conjunto de medidas de prevenção e correcção.
Por exemplo: os linchamentos que estão a ocorrer este ano e que parecem ter começado no bairro T3 na Matola; as acusações nas zonas ribeirinhas de Nampula de que o governo as está a matar com a cólera introduzindo deliberadamente cloro na água; o linchamento, há alguns anos atrás, de dezenas de pessoas acusadas em Cabo Delgado de serem proprietárias mágicas de leões; ou, se quiserdes, ainda, a impossibilidade de se pescar na lagoa de Pembe em Inhambane, farta de peixe, por se julgar que os maus espíritos isso impedem, são apenas alguns dos fenómenos que exigem uma investigação imediata e profunda e a apresentação de recomendações digamos que terapêuticas.
Nesse sentido, proponho-vos a criação de uma Unidade de Diagnóstico Social, formada por um pequeno grupo de investigadores experientes, uma unidade multidisciplinar intra e trans-governamental, cuja função consistiria justamente em estudar em profundidade fenómenos com a natureza dos indicados e divulgar os resultados por canais diversos.
Essa unidade não precisaria de gabinetes, viaturas, protocolo, etc. Os seus investigadores seriam professores universitários que saberiam criar as condições para funcionarem de forma multisectorial, rápida, eficiente e informal.
A única coisa necessária seria vocês financiarem as suas deslocações, as suas estadias e aquele pequeno mundo de despesas que é necessário fazer para se estudar algo.
A unidade responderia às seguintes cinco perguntas básicas:
1) De que fenómeno se trata?
2) Qual a sua morfologia?
3) Quais as suas causas?
4) Qual o seu potencial de irradiação?
5) Qual a profilaxia a adoptar?
Esta a sugestão que vos quis fazer. Espero que tenha utilidade.
Obrigado por me terem lido.
Recebam os meus mais cordiais cumprimentos.
Carlos Serra
Sociólogo
Professor Catedrático
Centro de Estudos Africanos
Universidade Eduardo Mondlane
P.S. - Solicito a todos aqueles que têm o meu blog nos seus elos, que divulguem este pedido. O meu muito obrigado.
Estimados Governantes
Permitam-me que, desta forma simples, informal, fazendo uso deste poderoso meio de comunicação, vos dirija esta carta e vos convide a lê-la.
Tendes muitas tarefas, mas espero que a possais ler. Se não a puderdes ler, eventualmente algum dos vossos subordinados vos poderá chamar a atenção para ela. Assim espero.
A questão é a seguinte: muitas vezes surgem no nosso país fenómenos cuja natureza e cuja amplitude passam despercebidas ou que não recebem a atenção necessária, fenómenos cuja gravidade requer um diagnóstico imediato e um conjunto de medidas de prevenção e correcção.
Por exemplo: os linchamentos que estão a ocorrer este ano e que parecem ter começado no bairro T3 na Matola; as acusações nas zonas ribeirinhas de Nampula de que o governo as está a matar com a cólera introduzindo deliberadamente cloro na água; o linchamento, há alguns anos atrás, de dezenas de pessoas acusadas em Cabo Delgado de serem proprietárias mágicas de leões; ou, se quiserdes, ainda, a impossibilidade de se pescar na lagoa de Pembe em Inhambane, farta de peixe, por se julgar que os maus espíritos isso impedem, são apenas alguns dos fenómenos que exigem uma investigação imediata e profunda e a apresentação de recomendações digamos que terapêuticas.
Nesse sentido, proponho-vos a criação de uma Unidade de Diagnóstico Social, formada por um pequeno grupo de investigadores experientes, uma unidade multidisciplinar intra e trans-governamental, cuja função consistiria justamente em estudar em profundidade fenómenos com a natureza dos indicados e divulgar os resultados por canais diversos.
Essa unidade não precisaria de gabinetes, viaturas, protocolo, etc. Os seus investigadores seriam professores universitários que saberiam criar as condições para funcionarem de forma multisectorial, rápida, eficiente e informal.
A única coisa necessária seria vocês financiarem as suas deslocações, as suas estadias e aquele pequeno mundo de despesas que é necessário fazer para se estudar algo.
A unidade responderia às seguintes cinco perguntas básicas:
1) De que fenómeno se trata?
2) Qual a sua morfologia?
3) Quais as suas causas?
4) Qual o seu potencial de irradiação?
5) Qual a profilaxia a adoptar?
Esta a sugestão que vos quis fazer. Espero que tenha utilidade.
Obrigado por me terem lido.
Recebam os meus mais cordiais cumprimentos.
Carlos Serra
Sociólogo
Professor Catedrático
Centro de Estudos Africanos
Universidade Eduardo Mondlane
P.S. - Solicito a todos aqueles que têm o meu blog nos seus elos, que divulguem este pedido. O meu muito obrigado.
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