Não há eleições este ano, digo eu

Este ano não haverá eleições provinciais como estava constitucionalmente previsto. Tudo indica que sim, não haverá eleições.
António Carrasco, Director Geral do STAE, apenas ontem reuniu o seu grupo para fazer uns trabalhos. Aliás, para se mostrar ao público e dar prova de vida. Como era de esperar, os jornalistas o seguiram, perseguiram-no até soltar um grito.
Perguntaram-no em que mês deste ano as eleições teriam lugar. Ele não respondeu. Permaneceu calado, como quem não tivesse ouvido nada. Perguntaram-no se a sua instituição já tinham preparadas todas as condições para a realização de eleições. Ele respondeu que precisava de 45 milhões de dólares para que a questão fosse afirmativamente respondida.
Até hoje, não há nenhum calendário eleitoral divulgado. Prometem "dizer qualquer coisa nos próximos dias", mas não divulgá-lo.
Ainda não me disseram se irão lançar um concurso público para apurar o novo Director Geral do STAE-Secretariado Técnico de Administração Eleitoral, de modo a substituir o actual Director, ou simplesmente irá se ignorar a lei aprovada pela Assembléia da República e promulgada pelo antigo Presidente Joaquim Chissano.
Por sua vez, a Sociedade Civil anda em querelas, na escolha de presidenciáveis do CNE-Comissão Nacional de Eleições. Nem membros componentes desta futura comissão estão ainda definitivamente conhecidos. Apenas pré-candidatos.
Estamos em Maio. Faltam-nos sete meses para o fim do ano. Nada está feito ainda. E, como sabeis, já houve nos bastidores, defensores de uma ideia inconstitucional que preferiam a realização das eleições provinciais na mesma altura em que as autárquicas tivessem lugar; isto é, próximo ano.
Estes argumentam que ao assim proceder-se, ir-se-á popupar recursos financeiros e materiais, ao mesmo tempo que todos moçambicanos estariam envolvidos no processo eleitoral: os citadinos votariam simultaneamente no seu edil e respectivas assembleias provincial e municipal enquanto que os habitantes das zonas rurais e outros não-municípios iriam votar na Assembléia provincial.
E, ao que tudo indica, a inconstitucionalidade vencerá.
Tanto a Renamo como a Frelimo e outros partidos estão bem mudos. Nem parece que haverá eleições provinciais! Tudo na boa.

Comentários

chapa100 disse…
a democracia egidio, tem um preco muito alto. interessante na nossa esfera politica é a incapacidade logiistica, tecnica e politica dos partidos politicos. agora vamos assistir a lei natural de darwin. sobrevive o mais forte.os partidos criados nos quintais vao desaparecer, vao sobreviver aqueles que tem capital economico.
sobre o STAE, quando iniciou o processo da informatizacao do BI perguntei porque nao incluir o cartao de eleitor no mesmo processo do DIC? podia-se integrar todos os servicos de registo e identicacao em mocambique num unico organismo, que funcione independente das realizacoes eleitorais, seria mais barato, eficiente e a parte logistica do stae passaria para o instituto nacional de estatistica. sera que nao gente que pode dizer isso aos nossos dirigentes?
Egidio Vaz disse…
De facto, em Moçambique há muito disso: criação de instituições porque existem recursos para serem gastos: Em menos de 20 anos temos em Moçambique 40 partidos políticos, sendo a maioria com idade da Paz (1992-2007=15 anos).
Tivemos há bocado, uma Brigada Anti-Crime vulgo BAC apenas na cidade de Maputo, sabe porque? Porque a china doou tantas motorizadas. Porque estão a ficar rotos e sem combustível,hoje já não se vê policias em cima de motos.
Os EUA doaram bicicletas a PRM de Maputo cidade "para controlar o crime nos bairros onde o carro não passa!". Hoje, temos um grupo de policias que andam em cima de bicicletas. para isso, beneficiaram de uma formação para aprender andar destas! Só que, estão agora sem pecas sobressalentes. Estão a desaparecer.
Os partidos políticos idem:
EM 1992-1994 houve tanto dinheiro para a "instalação de democracia em Moçambique". Para isso tinha que haver partidos políticos, que a ONUZOZ e comunidade Internacional estava disposta a financiar. Surgiram como cogumelos. Incluindo Sibindy criou o seu PIMO. A medida que escasseiam osrecursos dissolvem-se as instituicoes.
la famba bicha, como diz.
chapa100 disse…
egidio tu sabes bem analizar as coisas. alguns comecaram a comprar burros, porque nao dinheiro para ambulancias, agora resta saber se eles vao ter veterinarios.
Egidio Vaz disse…
Hiii!Esses va-la. Irão comé-los quando não mais puderem carregar.
chapa100 disse…
entao vamos ser um pais de guisados. so que nao vai tardar que o burro comece a desviar medicamentos nos hospitais, a cobrar taxas de ocupacao de cama hospitalar, pior ainda descobrir que o cabrito come onde esta amarrado, assim ele tambem vai querer subir de categoria, ter subsidios de celular, pocket money, participacao em workshops, e abrir a sua propria clinica. o conflito homem e animal, vai para ser no patio dos hospitais. mas o burro tem a vantagem de carregar qualquer carga , e o cabrito nao, so come e crescem os chifres.
Egidio Vaz disse…
Isso ai. La famba bicha
Laurentina disse…
Eh eh eh eh eh eh eEgídio eu estou pasma com os vossos comentários ah ah ah ah em todo o lado é igual ...aí , aqui, na conchichina, que grande gaita !!!porque raio só vai para governante os tipos que gostam de se lambuzar com o dinheiro dos outros???!
Não haverá gente séria para formar um governo ...vamos ter que andar sempre á batatadapara que não nos roubem?!
Que mundo de merda .


Desculpa-me o desabafo
Beijão grande
Egidio Vaz disse…
Isso aí, mana.
Ainda temos que aguentar esses intermediários. Na verdade, de políticos têem pouco ou nada.

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