O Relatório sobre o Incêndio que não aconteceu
Amanhã é o dia que a Comissão formada para apresentar as conclusões (vejam só, conclusões) sobre o incêndio que deflagrou no dia 25 de Maio passado e que consumiu grande parte dos lugares nevrálgicos do Ministério da Agricultura. Amanhã, é o dia em que quadros seniores do Governo, nomeados pelo Conselho de Ministros terão que dizer alguma coisa sobre as causas dos incêndios e as respectivas consequências. Este foi o mandato dessa Comissão.
Hoje, terça-feira, poucos estavam cientes disso. Portanto, não é notícias em nenhum canto do jornal ou rádio. Necessariamente porque temos que aguardar. Não expectativa nenhuma.
Eu não tenho essa paciência. Quero aqui partilhar algum vaticínio em relação ao conteúdo deste relatório bem como adiantar alguma crítica.
Apreciação geral do Relatório sobre o incêndio do Ministério da Agricultura: Mau. Por razões que de passo irei avançar.
O relatório não irá para além da simples e frívola descrição daquilo que todos vimos e ouvimos pela Rádio e Televisão e Jornais. Dirá que incêndio deflagrou por volta das 05.30, não fazia tanto calor; descreverá os bens danificados e recuperados (aqui, virá um longo e cansativo inventário de bens queimados, desde electrodomésticos até carimbos do ministro, sua vice e demais funcionários daquela instituição); descreverá a forma como o fogo foi debelado, aproveitando o momento para saudar o Corpo Nacional de Salvação, vulgo, Bombeiros.
À talhe de foice, o relatório especulará algumas prováveis causas, sem nenhum argumento plausível para tal. E terminará com alguma recomendação: Um estudo aprofundado, com especialistas em incêndios envolvidos.
O que não virá no relatório e que deveria constar?
I. Onde é que o incêndio teve o seu início?
1. As condições de segurança do imóvel: Acesso e saídas de emergências, segurança da instalação eléctrica, estado da manutenção da mesma bem como meios para o combate a um eventual incêndio. Existiam ligações clandestinas?
2. Papel dos guardas: os guardas têm meios para comunicarem em tempo real, sobre ocorrências de emergência? Tinham condições para aceder aos lugares onde o fogo iniciou, nomeadamente chaves, por exemplo ou extintores de incêndio?
3. O que aconteceu no dia anterior? Quem estava nos gabinetes afectados pelas chamas e em que condições os deixaram?
4. Quem foi o último a sair em cada piso afectado, mas especialmente em cada gabinete?
5. Que objectos ou produtos inflamáveis é que poderiam originar um incêndio destas proporções? Será que existiram? Qual era o seu estado de conservação? Quem era responsável pela sua conservação?
Estas e outras questões, que certamente irei adicionando no espaço para comentários, de certeza que não aparecerão.
Consequências do Incêndio
A Vice-Ministra e o Chefe do PROAGRI, já disseram: não irá afectar o normal funcionamento da instituição e...
Quanto a recuperação da documentação perdida
Toda ela será recuperada através do recurso ao computador-mãe, ou servidor do MINAG.
Quanto a prováveis responsáveis
Nenhum. O erro é humano.
Que lição devemos aprender deste incêndio?
Nenhuma. O estado é pobre, não pode dar o que não pode.
QUEM É CULPADO: O FOGO, ALIÁS, ele nem existiu!
Eu não tenho essa paciência. Quero aqui partilhar algum vaticínio em relação ao conteúdo deste relatório bem como adiantar alguma crítica.
Apreciação geral do Relatório sobre o incêndio do Ministério da Agricultura: Mau. Por razões que de passo irei avançar.
O relatório não irá para além da simples e frívola descrição daquilo que todos vimos e ouvimos pela Rádio e Televisão e Jornais. Dirá que incêndio deflagrou por volta das 05.30, não fazia tanto calor; descreverá os bens danificados e recuperados (aqui, virá um longo e cansativo inventário de bens queimados, desde electrodomésticos até carimbos do ministro, sua vice e demais funcionários daquela instituição); descreverá a forma como o fogo foi debelado, aproveitando o momento para saudar o Corpo Nacional de Salvação, vulgo, Bombeiros.
À talhe de foice, o relatório especulará algumas prováveis causas, sem nenhum argumento plausível para tal. E terminará com alguma recomendação: Um estudo aprofundado, com especialistas em incêndios envolvidos.
O que não virá no relatório e que deveria constar?
I. Onde é que o incêndio teve o seu início?
1. As condições de segurança do imóvel: Acesso e saídas de emergências, segurança da instalação eléctrica, estado da manutenção da mesma bem como meios para o combate a um eventual incêndio. Existiam ligações clandestinas?
2. Papel dos guardas: os guardas têm meios para comunicarem em tempo real, sobre ocorrências de emergência? Tinham condições para aceder aos lugares onde o fogo iniciou, nomeadamente chaves, por exemplo ou extintores de incêndio?
3. O que aconteceu no dia anterior? Quem estava nos gabinetes afectados pelas chamas e em que condições os deixaram?
4. Quem foi o último a sair em cada piso afectado, mas especialmente em cada gabinete?
5. Que objectos ou produtos inflamáveis é que poderiam originar um incêndio destas proporções? Será que existiram? Qual era o seu estado de conservação? Quem era responsável pela sua conservação?
Estas e outras questões, que certamente irei adicionando no espaço para comentários, de certeza que não aparecerão.
Consequências do Incêndio
A Vice-Ministra e o Chefe do PROAGRI, já disseram: não irá afectar o normal funcionamento da instituição e...
Quanto a recuperação da documentação perdida
Toda ela será recuperada através do recurso ao computador-mãe, ou servidor do MINAG.
Quanto a prováveis responsáveis
Nenhum. O erro é humano.
Que lição devemos aprender deste incêndio?
Nenhuma. O estado é pobre, não pode dar o que não pode.
QUEM É CULPADO: O FOGO, ALIÁS, ele nem existiu!
Comentários
E aqui aplica-se o adágio. Apesar do Egídio Vaz não deixar de chamar os bois pelos nomes também deixa os leitores um espaço para pensarem e tirarem as suas conclusões.
Um abraço
Eugénio Almeida
Mais questões virão.
Muito obrigado por ter dado o pontapé de saída.
o inquerito indicado pelo conselho de ministro, vai reportar ao conselho de ministro e nao nos jornais. e mais, a comissao de inquerito nao tem mandato claro, veja so os termos de referencia da comissao e a sua composicao.
entao mano egidio, como diz o professor macamo, o problema de mocambique ultrapassa aos nossos dirigentes e as nossas famosas comissoes de inquerito.
estamos perante a vulnerabilidade do cidadao em relacao as instituicoes do estado. O laboratorio da desigualidade, injustica, falta de responsabilidade, exclusao social, fome, esta dentro das instituicoes do estado- isso o presidente guebuza ja descobriu, mas faltam...- . o professor macamo escreveu que o MINT tem que produzir o crime, se quer combater o crime, entao o governo tem produzir responsabilidade se quer promover responsabildade.
Penso que há má fé neste incidente, pois das 5:30 às 7:00 é muito tempo para deixar um edifício do Estado arder com um Corpo de salvação perto e com meios suficientes para evitar o que aconteceu.
Não penso que, por razões burocráticas, os aeroportos de Moçambique precisassem de um Requerimento do MINAG a solicitar a sua intervenção.
Abraços
Mbuiaesqueva
Se ler bem o início do meu post, verá que ironizo até essa comissão.
Ainda estamos a caminho...
Mas para a sua surpresa, verá que aquilo que sair da comissão será considerado como informação oficial, para o consumo publico e definitiva. Será publicado no site da presidência da Republica. Com o primeiro fizeram o mesmo.
Os bombeiros dos AdeM chegaram sem o requerimento feito. Mas, segundo eles, chegaram assim que foram chamados. Portanto, a PRM e o conjunto dos guardas, acharam que os bombeiros são os que apagam as chamas de casas enquanto que os do AdeM apagam as chamas dos aviões!
Provavelmente nem estavam munidos da lista de números de emergência! E aí temos mais um problema!
Já fiquei mais elucidada sobre o tal de incêndio ...
Chamem-lhe nomes carago!!
Beijão
Laurentina, curto-circuito será a mais provável causa. Claro, só podia ser essa a resposta de uma comissão política.