Oposição Construtiva

Não bastou Ya Qub Sibindy para nos brindar com a sua forma construtiva de fazer oposição em Moçambique. Desta vez, coube a João Chambe, Presidente do Partido de União para a Reconciliação-PUR, vir a terreiro e criticar Afonso Dhlakama, por este insistir que as eleições provinciais tenham lugar ainda este ano.
Para Chambe, o objectivo de Dhlakama ao assim proceder, é o de desgastar a imagem da Frelimo e acusa-o de ser desonesto, políticamente.
Chambe é de opinião de que para além de adiar as eleições provinciais previstas para este ano e, o mais tardar próximo janeiro, as mesmas tivessem lugar juntamente com as autárquicas.
Interessante em tudo isso é a forma como Chambe faz a sua oposição. Confire aqui, algumas das suas ideias retiradas no jornal notícias. Como teria dito no post anterior, ainda estamos a caminho.

Comentários

Anónimo disse…
E a Frelimo anunciou adiamento?
Egidio Vaz disse…
Ápenas Chambe é quem pode saber. Quem assim fala (portanto, Chambe) não é gago.
O que eu sei é que o PR que é tb Presidente da Frelimo, quer que elas tenham lugar dentro do preceituado na constituição da República.
Bayano Valy disse…
Esses politicos deviam transformar seus partidos em organizacoes da sociedade civil. Deixem a politica para os politicos.
Egidio Vaz disse…
Claro Bayano. O problema é que cá na nossa terra, acha-se que apenas políticos são os que devem fazer política. Por isso, alguns dos nossos concidadãos, ao acordarem "inspirados", com algumas ideias políticas, que pessoalmente prefico chamá-las por NEVOEIRO POLÍTICO, decidem formar seus partidos para participar do debate de ideias e projectos para o pais. E, quando a musa acaba, dá no dá. Um autêntico "branco" se dá nas cabeças desses e pronto..começam afalar aquilo que realmente pensam sem precisar que política exige um pouco mais do que meros preconceitos. Exige muito pensamento e imaginação.
Egidio Vaz disse…
O Senhor Chambe é exemplo claro de quem chegou tarde com o seu partido. Talves se tivesse chegado um pouco antes, lá prá 92 pudese ser original. É o problema de quem chega tarde à festa ou poço de água. Come restos. E em política, quando não é original, por forma a propor aletrnativas, cai-se incomensuravelmente no ridículo como acontece com o grande Chambe.
E o notícias deu-lhe espaço, apenas por causa da palavra passagem "desgastar a imagem da Frelimo". Porque o resto da notícia não passam de palavras de Afonso Dhlakama.
Laurentina disse…
Mas que grande porra eu não estou a perceber nada disso então as eleiçoes não têem uma calendarização previamente determinada?!
De quanto tempo são as legislaturas aí?!

Esta cambada faz o que quer e sobra-lhe tempo ...em todo o lado e o povo que baixe os cornos!!

Irra políticos do caraças , são uma raça danada.

Beijão grande
Anónimo disse…
A propósito, alguém pode dizer do oloquei esta pergunta estúpida: "porquê Raul Domingos e o PDD são quase que apagados quando antes da realizacão das últimas eleicões gerais eles pareceram mais sérios. Lembro-me da maneira organizacional e financeira, algo que me levava a crer que o PDD ganharia muito apoio nas próximas eleicões."

Ninguém me respondeu por ela ser estúpida ou por eu ser isso... mas eu insisto...
Laurentina disse…
Egídio venho lembrarte que tens que nomear 5 blogs para o "blog com tomates"...ehehehehehehehe, é dificil num universo tremendo mas é uma iniciativa interessante ...
Beijão grande
Egidio Vaz disse…
Caro "anónimo",
O PDD e seu líder foram, duarnte aquele tempo fenómenos políticos. Lembre-se da forma como surgiram, o capital político de Raúl Domingos (na altura, como VÍTIMA DE DHLAKAMA) e os apoios internacionais que teve.
Como qualquer fenómeno, passa. E agora é o tmepo de questionarmos onde andam.
Responderia essa questão com mais vagar nos próximos dias.
Anónimo disse…
Muito obrigado, Egídio. É um bom início. Considero o caso Raúl Domingos interessante. Mas também não Raúl Domingos algum apoio financeiro da Frelimo? Falei uma vez com alguém que por duas vezes havia aconselhado a Domingos para não abandonar a Renamo, contestando a decisão do Dhlakama. Teria ele tido razão?
Anónimo disse…
Muito obrigado, Egídio. É um bom início. Considero o caso Raúl Domingos interessante. Mas também não terá Raúl Domingos recebido algum apoio financeiro da Frelimo? (apenas uma especulacão! Falei uma vez com alguém que por duas vezes havia aconselhado a Domingos para não abandonar a Renamo, contestando a decisão do Dhlakama. Teria ele tido razão?
Egidio Vaz disse…
Mas Raúl Domingos nunca quis sair da Renamo. Afonso Dhlakama foi quem o expulsou, socorrendo-se de estatutos já revogados.
Pior, ignorando o resto das instituições e procedimentos internos, desde a Comissão da Disciplina até ao próprio direito de defesa.
Ora, o que não podemos ignorar é que mesmo moribundo, á semelhança do resto dos partidos políticos da oposição, o PDD está de facto implantado em todo o pais. Se as condições que teve aquando da sua fundação, seria de facto a terceira força do país. Esperemos para ver o que acontecerá nos próximos pleitos eleitorais. O meu prognóstico é pessimista quanto a isso.
chapa100 disse…
egidio! 1)qual devia ser a atitude da frelimo se tem pela frente 3 anos de governacao e tres anos consecutivos de eleicoes? e se nao estou enganado, a frelimo logo no inicio do seu mandato politico de cincos disse que politicamente quer reduzir a renamo (marcelino dos santos foi quem falou isso varias vezes). inicio de uma era dificil para a renamo, e dhlakama como sempre, na indicacao de guebuza como candidato a presidencia, declarou que guebuza era um miudo, e um adversario facil comparado com chissano.
2) dlhakama e a renamo nas primeiras e segundas eleicoes comentaram que os partidos politicos mocambicanos sao uma criacao da frelimo, que a renamo e um partido grande que nao precisa de pequeninos. um exemplo de um debate aceso na coligacao da renamo-UE foi com monamo, FUMO e outros sobre a gestao da agenda politica da oposicao no parlamento.

3) a FRELIMO pode estar a apertar o cerco a RENAMO porque é um adversario politico que tem uma base de apoio forte em muitos circulos eleitorais.e isso faz parte da politica.

4) a renamo nao tirou partido da era chissanista para se organizar como partido politico, e recebeu o trust fund para isso. e acreditou que a comunidade internacional em maputo é sua melhor coligacao, um leitura falsa.

5) o culto de personalidade, que gira a volta de dlhakama na renamo nao ajuda.

6) e nao podemos esquecer que esta renamo esta a lidar com um dos maiores e bem organizado partido africano a frelimo. que tem na sua direcao hoje, um comissario politico.


sobre o raul domingos, seria interessante ouvir salomao moyana. o salomao andou a anunciar uma terceira forca, nunca consegui entender quais eram os instrumentos de analise do moyana sobre isso. porque dizer que precisamos de uma terceira forca como alternativa a renamo e a frelimo, nao pega. raul domingos acreditou no moyana e na famosa comunidade internacional. o raul domingos foi inteligente quando comecou a negociar com a frelimo as balizas democraticas e economicas que possam sustentar o multipartidarismo. a renamo descobriu, expulsando rau domingos e a frelimo ganhou.

em vez de esperar e tirar partido economico das suas ligacoes, foi criar um instituto - tambem com fe na comunidade internacional - e depois um partido, uma terceira forca, visionado por moyana. e o resultado foi aquele que assistimos nas ultimas eleicoes e negociador chefe da paz para mocambique anda aos gritos com outros partidos para dirigir um forum mal concebido e cheio de preguicosos politicos.

em mocambique la famba bicha khunene
Egidio Vaz disse…
Concordo com todos seus pontos. aliás, é isso mesmo o que por aqui acontece. Eu nunca quis que a Frelimo "mimasse" Dhlakama e sua renamo. Muito menos outros partidinhos. O que na verdade sempre lutei foi o respetio pelo jogo democrático, que necessáriamente passa pelo respeito das leis. Ficaria lindo, por exemplo, se soubessemos ou vissemos uma distinção clara entre carros (viaturas) do estado das do Partido Frelimo. Ficariamos gratos se vissemos iguais oportunidasdes de criação de celulas de partidos políticos dentro de instituições do estado, sem no entanto, assistirmos a replesárias várias. Ficariamos contentes se não tivessemos visto Ismael Mussá a ser destituido do cargo de director da DSS da UEM por ser deputado da Renamo. Isto é que faz a diferença em MOçambique. A frelimização do estado moçambicano e a estatização do partido frelimo são dois empecilhos ao desenvolvimento democrático.
Apesar de os partidos políticos da oposição também serem menos expressivos do ponto de vista de projectos políticos e de estado, é contudo, importante ter em mente essa relação assimétrica no jogo que se faz. É sujo, o jogo por essas bandas. É doloroso ser-se crítico.
chapa100 disse…
egidio! eu escrevi sobre isso, sobre esta frelimizacao do aprelho do estado. e acho que a propria frelimo sabe dos riscos desse processo: a falta de responsabilizacao, conflitos entre burocratas e politicos, confundir inclusao politica, democracia popular, com partidarizacao de meios e instrumentos do estado, partidarizar estrategias e nao resultados de governacao, descentralizacao versus coordenacao politica, partidarizacao de sindicancia, confundir questionamentos da ciencia e da tecnica como obstaculos politicos, etc.
e acho que o caso da UEM e quadros da Renamo, foi mas uma decisao politicamente e legalmente errada de alguns ponta de lancas da frelimo. e acho que ja aprenderam que em mocambique dorme-se com um olho e nao com dois - o cantor geremeias -.

e egidio estamos perante um fenomeno regional, em malawi - os membros do conselho de ministro tem que cantar e bater palmas para o presidente durante as sessoes de governo -, tanzania - veja a ofensiva da`revolucao verde e o combate ao deixa-andar -, africa do sul - reduzir a AD ao minimo e incluir inkhata no grande ANC -, angola - entre o estilo vietnamita e russo de controle do estado -, namibia - sam e a swapo depois das ultimas eleicoes -. e com bastante exagero no zimbabwe. penso que nao estamos perante um caso isolado, so em mocambique.

o primeiro ministro checo na sua campanha eleitoral disse numa entrevista que um politico que fala verdade em campanha eleitoral nao ganha eleicoes.

e jacinto veloso disse que nao e preciso mentir mas nao falar toda a verdade.

logicamente que e dificl entender as novas tendencias politicas depois do direitos comquistados e reformas politicas introduzidas pelo presidente chissano. e podes crer egidio, as referencias regionais e mundiais estao confusas, o caso vietname, malasia, etiopia mostra que democracia e crescimento economico sao duas moedas bem diferente podem andar juntas mas nao e condicao principal para abracar o multipartdarismo.
Egidio Vaz disse…
Essa de Malawi já vem dos tempos de Kamuzu Banda. Bakili Muluzi tinha acado com a brincadeira mas paresse que Bingu wa Mutarika reintroduziu. Aquilo é mesmo um teatro. Já não se sabe se se está perante um monarca ou presidente.
Anónimo disse…
Com a contribuicao do Chapa 100 e acrescéssimo que o Egídio vou compreendendo o fenómeno Raul Domingos. Vejam que essa pessoa que disse em ter aconselhado Raul Domingos é umas das marginazadas por Dhlakama e muito procurada pessoalmente por Guebuza para seu troféu. Essa pessoa sabe que foi Dhlakama quem expulsou Domingos, mas ela acha que Domingos podia muito bem ter contestado essa expulsão. Há instâncias para tal.

Contudo, este não é nem foi apenas o problema do Domingos, senão não estariamos agora a ver Renamo sem seu congresso. Afinal quem decide lá sobre isso e quando é que se decide?

Eu acredito no que o Chapa 100 diz: Raúl Domingos acreditou nos outros conselheiros que pensavam que ele seria a tal terceira forca na AR. Agora penso que ele faz o pior ao perder seu tempo agarrando-se naquele grupo de partidinhos ao invés de ir mesmo a pé nas bases organizar o seu partido. Talvez seja a comunidade internacional que ainda o engana!?!?

A questão da frelimilizacão do Estado mocambicano é assustadora, pelo menos para alguns, porque acima de tudo ela humilha aos que têm um ponto de vista diferente aos bajulantes, mesmo dentro da própria Frelimo. Para mim é mesmo arrepiante qd vejo pessoas que se sentem presas embora parecam livres. Mas duvido que a Frelimo recue sozinha, sem uma pressão de grupos bem organizados, porém temos líderes políticos da oposicão que conscientemente trabalham para a frelimizacao do estado e de todo o mocambique. Nisso não só o Sibindy e Chambe, mas também o Dhlakama. E, "organizacões da sociedade civil" só correm e lutam pela CNE -o tacho - e quando é vão organizar protestos contra os pronunciamentos do Marcelino dos Santos e Mariano Matsinhe?

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