Do espetáculo do PODER e respectivo simbolismo
- A propósito das conversas à volta da fogueira.
Amigos, este não é um texto elaborado. Apenas é um esboço; um apanhado; uma picada que tento abrir para reflectirmos sobre alguns simbolismos e alguns hábitos que, à primeira vista parecem tão normais, tão pacíficos e dispensam qualquer tipo de reflexão.
Caso PRIMEIRO: Um dia, quando estava no encalço de Dhlakama em Nampula, estive em Mogovolas e lá deparei-me com um caso inusitado que só não reportei porque não iria mudar nada: um administrador (que ja foi transferido) teria "comprado" para uma comunidade uma unidade moageira, no âmbito dos dinheiros do sete BIS. Só que a comunidade não sabia quanto é que a unidade teria custado, pois as guias de recepção não traziam o preço. E mais, os papéis foram assinados de noite, porque foi a hora que a unidade chegou.
CASO SEGUNDO: Já me incomodavam "as conversas à volta da fogueira" da Primeira-Dama da República, que por sinal, abandonou-as, tendo optado por outras vias de debate e comício popular. Parabéns por isso.
Só que isso não foi o suficiente para prevenir que a nosssa querida Presidende da AR, Dra Verónica Macamo incluisse nas suas Jornadas Parlamentares as abominadas "conversas à volta da fogueira".
Tenho três razões para tal aversão:
Primeiro, se já a organização de um comício popular à luz de dia é oneroso para o Estado e os camponeses – que devem deixar os seus afazeres para atender o “chamamento” - caríssimo ficaria de noite, pois as tais fogueiras, não são de lenha como simbólicamente se pretende demonstrar. As conversas à volta da fogueira incorrem custos redobrados pois mobiilzam-se grupos geradores para gerar electricidade; água para molhar o chão por forma a não levantar poeira; segurança redobrada para a "comitiva" e contra demais ofídeos e felinos", entre outros custos, incluindo hospedagem “desnecessária” da “comitiva”, que ao contrário do que se pretende imaginar, pernoitam em “choças” quasi-luxuosas, proporcionando a eles, uma experiência turística única, dos patamares do Kruger Park.
Segundo, o simbolismo da noite e dessas conversas: os assuntos do Estado e de Governação SEMPRE foram abordados de DIA e à sombra de árvores frondosas, e nunca à volta da fogueira. Assim reza a história dos POVOS africanos. E tem sempre sido assim. Grandes discussões e decisões foram tomadas de dia e nunca á noite.
Á volta de fogueiras contavam-se estórias para a educação multifacetada das crianças e jovens e...circuncidava-se. À volta da fogueira, também planificavam-se guerras, e feitiçaria; cultivava-se o ódio sobre outrem.
Terceiro, porque em nome de transparência, o povo quer ver os O ROSTO E OS OLHOS DE QUEM lhe fala. E ficaria bem que esse hábito estranho e oneroso parasse o mais depressa possível.
E já agora, porque tinha que se falar do roubo de gado – em Magude - à noite, hora que por sinal acontecem tais actos hediondos? Alguns diriam que eu ralho por tudo. Assim também não dá.
Amigos, este não é um texto elaborado. Apenas é um esboço; um apanhado; uma picada que tento abrir para reflectirmos sobre alguns simbolismos e alguns hábitos que, à primeira vista parecem tão normais, tão pacíficos e dispensam qualquer tipo de reflexão.
Caso PRIMEIRO: Um dia, quando estava no encalço de Dhlakama em Nampula, estive em Mogovolas e lá deparei-me com um caso inusitado que só não reportei porque não iria mudar nada: um administrador (que ja foi transferido) teria "comprado" para uma comunidade uma unidade moageira, no âmbito dos dinheiros do sete BIS. Só que a comunidade não sabia quanto é que a unidade teria custado, pois as guias de recepção não traziam o preço. E mais, os papéis foram assinados de noite, porque foi a hora que a unidade chegou.
CASO SEGUNDO: Já me incomodavam "as conversas à volta da fogueira" da Primeira-Dama da República, que por sinal, abandonou-as, tendo optado por outras vias de debate e comício popular. Parabéns por isso.
Só que isso não foi o suficiente para prevenir que a nosssa querida Presidende da AR, Dra Verónica Macamo incluisse nas suas Jornadas Parlamentares as abominadas "conversas à volta da fogueira".
Tenho três razões para tal aversão:
Primeiro, se já a organização de um comício popular à luz de dia é oneroso para o Estado e os camponeses – que devem deixar os seus afazeres para atender o “chamamento” - caríssimo ficaria de noite, pois as tais fogueiras, não são de lenha como simbólicamente se pretende demonstrar. As conversas à volta da fogueira incorrem custos redobrados pois mobiilzam-se grupos geradores para gerar electricidade; água para molhar o chão por forma a não levantar poeira; segurança redobrada para a "comitiva" e contra demais ofídeos e felinos", entre outros custos, incluindo hospedagem “desnecessária” da “comitiva”, que ao contrário do que se pretende imaginar, pernoitam em “choças” quasi-luxuosas, proporcionando a eles, uma experiência turística única, dos patamares do Kruger Park.
Segundo, o simbolismo da noite e dessas conversas: os assuntos do Estado e de Governação SEMPRE foram abordados de DIA e à sombra de árvores frondosas, e nunca à volta da fogueira. Assim reza a história dos POVOS africanos. E tem sempre sido assim. Grandes discussões e decisões foram tomadas de dia e nunca á noite.
Á volta de fogueiras contavam-se estórias para a educação multifacetada das crianças e jovens e...circuncidava-se. À volta da fogueira, também planificavam-se guerras, e feitiçaria; cultivava-se o ódio sobre outrem.
Terceiro, porque em nome de transparência, o povo quer ver os O ROSTO E OS OLHOS DE QUEM lhe fala. E ficaria bem que esse hábito estranho e oneroso parasse o mais depressa possível.
E já agora, porque tinha que se falar do roubo de gado – em Magude - à noite, hora que por sinal acontecem tais actos hediondos? Alguns diriam que eu ralho por tudo. Assim também não dá.
Comentários
Zenaida, essas notícias chegam-me eu em casa ou a ler em pleno trabalho. E criam-me um mal-estar porque trata-se de mais uma política de pão e circo; um autêntico saber que ocupa lugar.
Conversas a volta da fogueira!!
E se essas "conversas" todas produzissem algum resultado, mesmo que o tal resultado fosse em termos de valor(monetario ou sei la!...), metade do que se gastou a organiza-las, talves eu nao estivesse concordando consigo ilustre Egidio