O MACACO E O AGRICULTOR
Proposta de conversa com Primeiro-ministro
Por melhores que sejam os planos de desenvolvimento, de relançamento da economia ou de combate à pobreza, se o governo não combater a corrupção, será impossível colher os resultados esperados. Será o mesmo que esperar encher o cesto de palha com água.
Os corruptos são como macacos da machamba. Enquanto o homem trabalha a terra, lança a semente e ou planta a cultura, ele está a ver; a espera da hora da colheita ou mesmo antes, para roubar. Nas plantações de cana-de-açúcar, o macaco arranca a estaca, comprometendo a própria produção do açúcar, fazendo o mesmo nas de mandioca e amendoim. Nas plantações de milho, ele chega cedo para dizimar a maçaroca. A melancia, ele parte-a, deita água e come o que lhe interessa.
Ou seja, a não ser que o agricultor interessado em garantir a sua produção encontre formas eficazes de conter a sagacidade do macaco, debalde será todo esforço financeiro, braçal e o tempo perdido e a frustração tomará conta deste. É por isso que agricultores experientes contam com espantalhos e vigilantes nas vésperas da maturação da sua produção.
Da mesma forma que os agricultores protegem o seu investimento para garantir melhor produção, deve igualmente o governo fazer o mesmo: conter a gula dos macacos para garantir que os proventos do esforço colectivo sejam repartidos proporcionalmente por todos.
Tenho ouvido o Primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário e todo seu grupo a repetirem sem parar que a riqueza cria-se com a produção e produtividade. E acrescenta o bom do meu Primeiro-ministro que neste momento da crise da dívida, devemos nos concentrar em acções úteis e produtivas. Ele está a encorajar-nos a produzir.
Pois bem, ainda bem que o Primeiro-ministro para além de economista possui uma grande experiência na agricultura tanto ao nível de políticas como na prática. Eu também possuo experiência prática da agricultura. E como tal, também prestamos muita atenção à segurança da nossa cultura, redução de perdas pós-colheita, armazenamento…antes de pensarmos na comercialização.
Mas o que me tiram sono em toda cadeia de valor são os macacos. Preciso pensar nos espantalhos, nos vigilantes e nos custos que isto representa. E em Moçambique existem muitos macacos. Nós, povo trabalhador, atribuímos ao estado a responsabilidade de controlar os macacos para não comerem na machamba. Na nossa machamba; para não deitarem abaixo os esforços de todo um povo.
Os moçambicanos trabalham desde 1975 até hoje. A maior prova que o estado já deu ao seu povo é a sua incapacidade de controlar os macacos da nossa machamba.
Para ser novo e encorajador, o discurso do Primeiro-ministro e dos seus colegas deve incluir mais informação concreta sobre como estão preparados e que instrumentos serão usados para rechaçar os macacos das nossas machambas. São macacos deles porque vivem debaixo do seu nariz e as vezes lado-a-lado. São estes macacos que nos endividam até o pescoço; são estes macacos que nos compram bugiganga a preço de ouro; são estes macacos que fazem negócios com o próprio estado. São estes macacos que em última análise estão também na TV a encorajar o povo a trabalhar. Claro, trabalhar para depois ele, roubar!
O problema Senhor Primeiro-ministro, não são as pessoas que não querem trabalhar. Pelo contrário, são os macacos, que nos retiram as espigas enquanto cedo; arrancam as estacas dos tubérculos e das canas, comprometendo o esforço de todo um povo.
A prova do que digo é o recente escândalo da dívida. O país estava a caminhar bem até que um dia, dois amigos pensaram em endivida-lo até o pescoço. Estes indivíduos deitaram abaixo todo esforço de um país e de um povo.
Os macacos são o problema do desenvolvimento deste país. Não é o do agricultor.
Agora, se não for pedir demais, eu quero uma caçadeira.
Os corruptos são como macacos da machamba. Enquanto o homem trabalha a terra, lança a semente e ou planta a cultura, ele está a ver; a espera da hora da colheita ou mesmo antes, para roubar. Nas plantações de cana-de-açúcar, o macaco arranca a estaca, comprometendo a própria produção do açúcar, fazendo o mesmo nas de mandioca e amendoim. Nas plantações de milho, ele chega cedo para dizimar a maçaroca. A melancia, ele parte-a, deita água e come o que lhe interessa.
Ou seja, a não ser que o agricultor interessado em garantir a sua produção encontre formas eficazes de conter a sagacidade do macaco, debalde será todo esforço financeiro, braçal e o tempo perdido e a frustração tomará conta deste. É por isso que agricultores experientes contam com espantalhos e vigilantes nas vésperas da maturação da sua produção.
Da mesma forma que os agricultores protegem o seu investimento para garantir melhor produção, deve igualmente o governo fazer o mesmo: conter a gula dos macacos para garantir que os proventos do esforço colectivo sejam repartidos proporcionalmente por todos.
Tenho ouvido o Primeiro-ministro Carlos Agostinho do Rosário e todo seu grupo a repetirem sem parar que a riqueza cria-se com a produção e produtividade. E acrescenta o bom do meu Primeiro-ministro que neste momento da crise da dívida, devemos nos concentrar em acções úteis e produtivas. Ele está a encorajar-nos a produzir.
Pois bem, ainda bem que o Primeiro-ministro para além de economista possui uma grande experiência na agricultura tanto ao nível de políticas como na prática. Eu também possuo experiência prática da agricultura. E como tal, também prestamos muita atenção à segurança da nossa cultura, redução de perdas pós-colheita, armazenamento…antes de pensarmos na comercialização.
Mas o que me tiram sono em toda cadeia de valor são os macacos. Preciso pensar nos espantalhos, nos vigilantes e nos custos que isto representa. E em Moçambique existem muitos macacos. Nós, povo trabalhador, atribuímos ao estado a responsabilidade de controlar os macacos para não comerem na machamba. Na nossa machamba; para não deitarem abaixo os esforços de todo um povo.
Os moçambicanos trabalham desde 1975 até hoje. A maior prova que o estado já deu ao seu povo é a sua incapacidade de controlar os macacos da nossa machamba.
Para ser novo e encorajador, o discurso do Primeiro-ministro e dos seus colegas deve incluir mais informação concreta sobre como estão preparados e que instrumentos serão usados para rechaçar os macacos das nossas machambas. São macacos deles porque vivem debaixo do seu nariz e as vezes lado-a-lado. São estes macacos que nos endividam até o pescoço; são estes macacos que nos compram bugiganga a preço de ouro; são estes macacos que fazem negócios com o próprio estado. São estes macacos que em última análise estão também na TV a encorajar o povo a trabalhar. Claro, trabalhar para depois ele, roubar!
O problema Senhor Primeiro-ministro, não são as pessoas que não querem trabalhar. Pelo contrário, são os macacos, que nos retiram as espigas enquanto cedo; arrancam as estacas dos tubérculos e das canas, comprometendo o esforço de todo um povo.
A prova do que digo é o recente escândalo da dívida. O país estava a caminhar bem até que um dia, dois amigos pensaram em endivida-lo até o pescoço. Estes indivíduos deitaram abaixo todo esforço de um país e de um povo.
Os macacos são o problema do desenvolvimento deste país. Não é o do agricultor.
Agora, se não for pedir demais, eu quero uma caçadeira.
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