O POVO FELIZ DE NOVO!



Acabamos de acompanhar a divulgação dos resultados ainda provisórios das "autárquicas".

Tal como no meu post anterior, reafirmo agora que a Frelimo ganhou mesmo em MAIS DE 80% das autarquias.
Historicamente, o desempenho da oposição não é algo novo e não significa nenhum movimento assinalável que sugira algum progresso.

Em 2003 a Renamo tinha ganho em cinco dos trinta e três municípios, nomeadamente Angoche, Beira, Ilha de Moçambique, Marromeu e Nacala. Em 2008 perdeu todos. Nas eleições de 2013 a Renamo não concorreu e o MDM "fechou o buraco", tendo ganho quatro: Gurué, Beira, Quelimane e Nampula.

Nas eleições de ontem, o número total dos municípios ganhos pela oposição não ultrapassa 10: Beira, Quelimane, Nampula, Alto-Molocue, Ilha de Moçambique, Angoche, Malema (vila), Monapo (vila), Nacala Porto (cidade). E diga-se, vitórias muito apertadas que podem na prática não significar muita coisa. Em termos comparativos, estamos a falar do dobro dos municípios ganhos pela oposição, 12 anos depois!

Seguramente que deverá haver muitas negociações, muita discussão e concessões, muita "inclusão" na tomada de decisão e muita boa-fé e foco nos cidadãos.

Deve orgulhar a todo moçambicano de boa-fé; a todo membro e simpatizante da Frelimo e a todos amantes da Paz e estabilidade e desenvolvimento de Moçambique ver a Frelimo a ser confiada a gestão de mais de 80% dos municípios de Moçambique. E a Frelimo receberá este mandato com muita responsabilidade, ciente dos desafios que enfrentará, mas também consciente da necessidade de muito fazer para recuperar a confiança geral dos municípios tanto assegurados como perdidos.

O furor e o "eco das câmaras de ressonância" da oposição são testemunho de que as eleições foram livres, transparentes, justas e credíveis. 26 anos depois e pela primeira vez na história eleitoral, a percepção pública oposicionista foi no geral, benevolente para com os órgãos de administração eleitoral. Eu também julgo que desta vez, melhoraram bastante, para gáudio da própria democracia.

O próximo passo é ainda penoso: tem a duração de 5 anos e deveremos escrutinar, criticar e apoiar a execução dos planos de gestão municipal, assegurando que o plano acordado seja cumprido e que cada munícipe volte a ser feliz de novo, reforçando a sua confiança no futuro.

O que acabei de afirmar não embarga nenhuma perspectiva crítica necessária tanto ao processo eleitoral como a seriedade dos partidos políticos para com os cidadãos. Vamos despertar à realidade, estudá-la minuciosamente, acomodar as preocupações.

Julgo ter chegado o momento para que CIÊNCIA volte a sentar-se à mesa do debate nacional e tenha o seu devido tempo de antena respeitado.

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