Explosão do Paiol de Malhazine



Ontem, pelas 16.00, ininciaram no Bairro de Malhazine, há 10 kilómetros do centro da Cidade do Maputo, fortes explosões provocadas pelo Paiol das Forças Armadas de Defesa de Moçambique. Ainda não se sabe o que teria motivado essas explosões. O armazém de armamento esteve, desde àquela hora, até as 22 horas a arder, tendo lançado para o ar imensas chamas de fumo que só lembram tempos de guerra.
É a segunda explosão, dentro de 2 meses, pois, o primeiro teve lugar no dia 30 de Janeiro deste ano. Para além desde, as Forças Armadas também têm mais um Paiol no Bairro 25 de Junho, perto do Hospital Psiquiátrico do Infulene, onde pode se ver, mesmo de fora, imensas quantidades de armamento obsoleto e não só.

No centro da Cidade, as FADM também têm três quarteis sendo um, perto da sede da Frelimo, outro, ao pé da sede do Sistema das Nações Unidas e o Quartel General das Forças Armadas, situado ao pé de duas escolas, nomeadamente a Escola Secundária Francisco Manyanga e outra Primária, cujo nome não me ocorre. Entre as duas escolas e o Quartel General, está por meio, uma Bomba de Combustível da BP.
Este e o cenário das posições militares dentro da Cidade. Sem comentários!

Rescaldo da Explosão
Por hora, são dados adquiridos sessenta e cinco (65) mortos no Hospital Central do Maputo, mais cinco (5) no Hospital Geral de Mavalane. Totalizam ao todo, 70 mortos. Do Hospital Geral José Macamo são se sabe. Mais de 200 feridos confirmados. Nem jornalistas, nem oficiais militares conseguiram calcorear as entranhas do Bairro de Malhazine. O Ministro da Defesa, ainda não sabe dizer que tipo de armas estavam lá guardadas.
A Cidade está quase "partida": as montras de centros comerciais, Bancos e outros estabelecimentos públicos estão quase sem respectivos vidros e/ou janelas. Menção vai para o Ministério de Trabalho, que ficou com a maioria das suas janelas vidraçadas, "desvidraçadas", partidas!
Mais horror? Sim.
O Governo não vai indemnizar. Apenas lamenta e apela calma
Como vêm, ainda não fiz análise nenhuma. Os dados ainda estão por completar. Vou actualizando este texto, à medida que vou obtendo mais informação.

Comentários

yasmin disse…
e será que responsabilidades irão ser apuradas?
Egidio Vaz disse…
Deus é que sbe, yasmin,
Deus é que sabe.
Você precisa de saber quem é o culpado? É o estado que, 16 anos depois, não pude retirar daí, os seus arsenais. Mas ele també defende-se que quando instalaram os seus paiois, Malhazine era mato. Mas será que o mesmo se aplica aos três quarteis que estão dentro da cidade?
yasmin disse…
Nao se aplica, nem essa justificação é credivel... há 16 anos era mato, mas deixou de ser.... Era do conhecimento geral que mais dia menos dia uma desgraça podia acontecer...

Que foi feito? NADA!!!!!!!! deixou-se andar... ia-se resolver um dia quem sabe....

isto é crime na minha opinião. Têm que ser apuradas responsabilidades... nao basta dizer que se lamenta

E será que vão assegurar segurança relativamente aos outros tantos paiois que existem no país? Ou vai-se deixar andar para um dia quem sabe se fazer qualquer coisa?
Anónimo disse…
Como é possivel o governo (independentemente de antes existir nas imediações apenas mato), deixar que essas munições sejam guardadas perto de zonas residênciais.

O estado é sempre responsável.


Um abraço
Anónimo disse…
CHOCANTE.É como posso descrever os trágicos acontecimentos daquela que é já considerada QUINTA FEIRA NEGRA em Maputo e não só. Já se contabiliza a centena de mortos. Avultadíssimos danos materiais. CAUSAS? As estruturas militares falam de CALOR. Será? Outros em desleixo e incuria. RESPONSABILIDADES? Celso.
Egidio Vaz disse…
Caros colegas,
O número de mortos é bastante falso.
Acabo de chegar do Hospital Central e pude conluir que apenas estão a fazer a gestão de emoções. Chega a 180 vítimas mortais!
Anónimo disse…
Gestão de emoções. Mais essa agora. O tiro sairá pela culatra. São muitas as fontes das quais se obterão os reais números desta TRAGÉDIA. O Conselho de Ministros reuniu-se de emergência. Terá terminado a reunião? Algum documento tornado público? Celso.
Anónimo disse…
Vi no noticiário das 13 h na TVM que pessoas estão abandonar em debandada os bairros circunvizinhos do paiol. Contaram-lhes que novas exploxões estão na iminência. Circula muita informação e contra-informação nos bairros. Nas televisões, as autoridades vão apelando à calma da população. Os visados estão sem energia para assistir os ilustres declarantes. Provavelmente nem condições para ouvir a rádio. Porquê não deslocarem equipes ao o terreno para "esclarecerem" o povo. Estaremos a espera do patrocínio de alguma O.N.G.? Numa situação destas, a INFORMAÇÃO é algo vital. Celso.
Egidio Vaz disse…
Esse conclave ainda não prodiziu nada. Mas já se advinha o que de lá sairá: LAMENTAMOS A MORTE DE PESSOAS E SOLIDARIZAMO-NOS COM OS LESADOS.
ilídio macia disse…
A análise jurídica terá que ser feita na blogosfera.
Egidio Vaz disse…
Sem dúvida nenhuma! Vamos ter que fazer. E você tem que iniciar este debate. Tem artefactos e arremessos que te permitam iniciar.
ilídio macia disse…
Não tenho ainda elementos suficientes para fazer uma análise jurídica séria. Estou ainda pesquisando mais dados.Tenho que ser cauteloso.
Anónimo disse…
Amigos, a altura de brincadeiras deve acabar e a cidadania participativa deve estar em accão. Boas informacões e exigência à responsabilidade precisamos. Isto não é para o peixe miúdo. Queremos e isso deviamos exigir é que medidas o governo já tomou para evitar tantas mortes ainda que se tenham dado alguns acidentes nos últimos tempos? mutequia
Egidio Vaz disse…
Tem razão, Mutequia.

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