Gabriel Muthisse Responde a Egídio Vaz
Tardou, mas chegou. É o Gabriel Muthisse, que desta vez decidiu responder ao artigo por mim escrito, onde o criticava pela forma "simplista" como analisa as desigualdades sociais em Moçambique e no Mundo(?) em geral.
Aqui fica então o artigo. A jutstificação do porquê só agora, está mais abaixo. Não poderei fazer nenhum comentário neste post, para não distorcer a leitura.
Caros amigos,
Li atentamente a “crítica”de Egídio Vaz ao meu último artigo publicado no jornal meianoite. Posso desde já dizer que se o objectivo era bater, fe-lo com muita contundência. Meus parabéns por isso. Resta no entanto examinar o mais importante, ou seja, se os seus argumentos terão sido expostos com a competência e a verve a que nos habituou.
Na verdade, o que depreendo da “crítica”do Egídio é um conjunto de equívocos e uma mal disfarçada antipatia ideológica em relação às hipóteses que levanto. Um primeiro equívoco é quando o Egídio fala de capitalismo selvagem “adoptado consensualmente por todos nós”. Onde é que o Egídio já viu “consensos adoptados por todos nós”? Foi nos livros de sociologia? Ou foi nos livros de economia política que me acusa de não ter lido?
Partindo das leituras que diz ter feito nos livros de economia política, Egídio Vaz saltita de equívoco em equívoco. Ensina-nos por exemplo, que as desigualdades sociais podem ser eliminadas através das esmolas dos ricos, a que ele dá a designação pomposa de acções de beneficiência social. Pode ser que o Egídio acredite nisso, e contra isso nada podemos fazer. Será, no entanto, que ele acredite estar a fazer um bom serviço às ciências sociais ao divulgar ideias tão excentricas?
Foi nos livros de economia política que diz ter lido, que aprendeu a confundir rendimento mínimo garantido de salário mínimo? Este equívoco leva ao Egídio a presumir coisas que eu não disse e, em consequência, interpela-me por isso. Se o objectivo fosse rebaixar o Egídio poderia continuar a expor os seus equívocos e, também, referir-me ao seu “simplismo analítico assustador na abordagem de assuntos sociológicos”(é assim que ele me caracteriza), e concluir que “não basta ser-se sociólogo”...
Não é esse o meu objectivo. Pelo contrário! Tenho imenso orgulho quando vejo jovens como o Egídio, que considero meus irmãos mais novos, a exporem publicamente o seu pensamente de maneira sistemática. Acredito que as fraquezas analíticas que denotam hão-de ser ultrapassadas com mais leituras, mais exercícios e mais exposição pública. Os que me conhecem sabem que venho encorajando meus irmãos a quebrarem o monopólio que algumas elites detinham na esfera do pensamento público.
O objectivo desta reacção é único. É o de reafirmar que estou disponível para debater ideias. Estou mesmo disponível para debater equívocos. Há contudo dois tipos de dabate que me recuso a sustentar. Primeiro, aquele tipo de debate que se centra no mensageiro e não na mensagem. Aquele tipo de debate que se orienta no sentido de bater o outro, amesquinha-lo e a minimiza-lo intelectualmente. Vejo com muita tristeza e decepção que a “crítica”do Egídio enferma deste vício. Em segundo lugar, não entro em debates ideológicos. Aquele tipo de debate que se baseia apenas na antipatia que uma ideia ou hipótese nos inspiram. Na verdade, não vi de parte do Egídio qualquer esforço de desmontar um argumento. Vi, isso sim, antipatia ideológica quanto ao que eu digo.
Li atentamente a “crítica”de Egídio Vaz ao meu último artigo publicado no jornal meianoite. Posso desde já dizer que se o objectivo era bater, fe-lo com muita contundência. Meus parabéns por isso. Resta no entanto examinar o mais importante, ou seja, se os seus argumentos terão sido expostos com a competência e a verve a que nos habituou.
Na verdade, o que depreendo da “crítica”do Egídio é um conjunto de equívocos e uma mal disfarçada antipatia ideológica em relação às hipóteses que levanto. Um primeiro equívoco é quando o Egídio fala de capitalismo selvagem “adoptado consensualmente por todos nós”. Onde é que o Egídio já viu “consensos adoptados por todos nós”? Foi nos livros de sociologia? Ou foi nos livros de economia política que me acusa de não ter lido?
Partindo das leituras que diz ter feito nos livros de economia política, Egídio Vaz saltita de equívoco em equívoco. Ensina-nos por exemplo, que as desigualdades sociais podem ser eliminadas através das esmolas dos ricos, a que ele dá a designação pomposa de acções de beneficiência social. Pode ser que o Egídio acredite nisso, e contra isso nada podemos fazer. Será, no entanto, que ele acredite estar a fazer um bom serviço às ciências sociais ao divulgar ideias tão excentricas?
Foi nos livros de economia política que diz ter lido, que aprendeu a confundir rendimento mínimo garantido de salário mínimo? Este equívoco leva ao Egídio a presumir coisas que eu não disse e, em consequência, interpela-me por isso. Se o objectivo fosse rebaixar o Egídio poderia continuar a expor os seus equívocos e, também, referir-me ao seu “simplismo analítico assustador na abordagem de assuntos sociológicos”(é assim que ele me caracteriza), e concluir que “não basta ser-se sociólogo”...
Não é esse o meu objectivo. Pelo contrário! Tenho imenso orgulho quando vejo jovens como o Egídio, que considero meus irmãos mais novos, a exporem publicamente o seu pensamente de maneira sistemática. Acredito que as fraquezas analíticas que denotam hão-de ser ultrapassadas com mais leituras, mais exercícios e mais exposição pública. Os que me conhecem sabem que venho encorajando meus irmãos a quebrarem o monopólio que algumas elites detinham na esfera do pensamento público.
O objectivo desta reacção é único. É o de reafirmar que estou disponível para debater ideias. Estou mesmo disponível para debater equívocos. Há contudo dois tipos de dabate que me recuso a sustentar. Primeiro, aquele tipo de debate que se centra no mensageiro e não na mensagem. Aquele tipo de debate que se orienta no sentido de bater o outro, amesquinha-lo e a minimiza-lo intelectualmente. Vejo com muita tristeza e decepção que a “crítica”do Egídio enferma deste vício. Em segundo lugar, não entro em debates ideológicos. Aquele tipo de debate que se baseia apenas na antipatia que uma ideia ou hipótese nos inspiram. Na verdade, não vi de parte do Egídio qualquer esforço de desmontar um argumento. Vi, isso sim, antipatia ideológica quanto ao que eu digo.
Um abraço.
Gabriel Muthisse
P.S. A demora na resposta deveu-se ao facto de que só ontem à tarde regressei de uma viagem de trabalho a Chibuto e a Manjacaze.
P.S. A demora na resposta deveu-se ao facto de que só ontem à tarde regressei de uma viagem de trabalho a Chibuto e a Manjacaze.
Comentários
E se eu disser que Muthisse leu ás pressas, mais uma vez a minha crítica, irão me acusar de ser maldoso?
Eu ainda irei pedir ao Muthisse para voltar a ler o que eu escrevi. Em parte alguma disse eu que o capitalismo selvagem teria sido consensualmente introduzido em Moçambique. Foi ele. Foi ele quem assim disse, e passo a citar:
..." Duma maneira geral, no momento de desenvolivmento capitalista que consensualmente escolhemos..."
Não precisa procurar o jornal. Cliquem na fotografia e veja. Imprimam e verão que, o meu princípio de cridade, Muthisse não o compreendeu!
Mais uma vez, Muthisse entrou no mato. Pior, desta vez sem cão.
Abraço. Gabriel Muthisse